Voluntários salvam mais de 800 aves nas ilhas da Madeira, Açores e Canárias



Mais de 800 aves marinhas caídas por terra devido à iluminação artificial nos arquipélagos da Madeira, Açores e Canárias foram salvas por voluntários e conservacionistas ao longo do último mês, foi hoje anunciado.

Em comunicado, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) explica que as cagarras, conhecidas como cagarros nos Açores, começam a sair do ninho em meados de outubro e usam a lua e as estrelas para se orientarem, mas as luzes artificiais “ofuscam a lua, confundindo ou encandeando as aves”, levando-as a “cair de exaustão ou a voar contra obstáculos como edifícios ou carros, arriscando-se a ficar feridas ou mesmo a morrer”.

Outras espécies de animais também são afetadas pela poluição luminosa como insetos noturnos e morcegos, tendo também impacto na saúde humana, acrescenta.

Para salvar essas aves marinhas, foi desenvolvido o projeto LIFE Natura@night, cofinanciado pela União Europeia, que envolve centenas de voluntários para assegurarem que as “aves juvenis têm sucesso na sua primeira viagem até ao mar”.

Segundo a SPEA, no último mês, 93 voluntários na Madeira salvaram 123 aves, mais de 300 voluntários nos Açores salvaram 630 aves nas ilhas Graciosa, Corvo e São Miguel, e, nas Canárias, 31 voluntários ajudaram mais de 130 aves a chegar ao mar em Tenerife.

As equipas de voluntários foram lideradas pela SPEA e pela Sociedade Espanhola de Ornitologia (SEO BirdLife).

A SPEA afirma que, só nestes três arquipélagos, onde se reproduzem estas espécies de aves que pertencem ao grupo mais ameaçado do mundo, morrem 1.100 aves marinhas todos os anos devido à poluição luminosa.

O projeto LIFE Natura@night conta com a parceria de vários municípios, governos locais e empresas de iluminação, que estão a desenvolver “Planos Diretores de Iluminação”, a ser implementados pelas autoridades locais para “estabelecer o padrão para iluminação pública amiga das aves e do ambiente”.

Outro objetivo é que cidadãos, hotéis e organizações tomem medidas para “minimizar a poluição luminosa, como usar sensores, temporizadores e redutores de potência para evitar a iluminação desnecessária”.





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